O sol rubro no horizonte vai s sumindo ao tranquito
Parece um fogo alumiando os repechos do infinito
No ermo das costas de mato o vento assobia e corta
E um taura atira uma flor na cruz da lembrança morta.
A lua num pala branco lá nos mangueirão do céu
E um João grande triste acena um branco adeus a lo léu
Um paisano solitário vai chiflando em tom profundo
E milongueando recuerdos nas noites ermas do mundo.
Ali... onde o vento uiva pedindo que alguém decifre
Um touro escravando a terra levanta a pátria nos chifres
E eu cantando milongas no chão mais gaúcho que existe.
Ecoa distante o campo de um galo madrugador
Um campeiro faz a ronda com a tropa no corredor
Uma carreta toldada tempo adentro relinchando
Um causo a beira do fogo de quem de patriou peleando.
Um contrabando na noite antes que clareie o dia
Um cusco agarra um tatu e uma ovelha lambe a cria
Um grilo vai canturiando, em relincho aporreado
Um parelheiro na soga e um cantante apaixonado.