Nasci na costa de cerro sempre lidei com manadas
Sou parceiro da verdade entre prosa e patacoadas
Eu sou do rio grande velho sempre sustento o que digo
Proseio com quem conheço e não falo mal dos amigos
Depois da palavra dita não tem jeito de voltar
Por isso aprendi na vida pensar antes de falar.
Para quem não me conhece e anda por mim perguntando
Sou do lombo do cavalo sustento o que estou falando
De fato eu não sou gaucho de andar no mundo inventando
Depois que eu der a palavra não precisa documento
Não volto atrás no que digo não reduzo e não aumento
E quem diz o que não deve sempre ouve o que não quer
Por isso tenho cuidado com negocio e com mulher
O homem que fala muito por vezes se enreda em maneia
Se o caso for desse jeito dá divorcio e dá cadeia.
Conheço muitos viventes que andam falando lorotas
Não cumprindo os compromissos vendendo as bombacha e botas
Outros tantos vão seguindo falando da vida alheia
E alguns que são abonados choram de barriga cheia.
Pra sobre viver no mundo cada um faz o que pode
Eu ando de espinha reta honrando o fio de bigode.