Cai a tarde tristonha e serena
Em macio e suave langor
Despertando no meu coração
A saudade do primeiro amor
Um gemido se esvai lá no espaço
Nesta hora de lenta agonia
Quando o sino saudoso murmura
Badaladas da Ave Maria
Sino que tange com mágoa dorida
Recordando sonhos da aurora da vida
Dai-me ao coração paz e harmonia
Na prece da Ave Maria
No alto do campanário
Uma cruz simboliza o passado
De um amor que já morreu
Deixando um coração amargurado
Esse sol que propôs o mistério
Faz pesar meu fiel coração
Quando penso tão triste sozinho
No passado de grata ilusão
Eu me lembro das tardes de outrora
Que contigo sonhava a poesia
Só a morte feriste jurava
Ao murmúrio da Ave Maria
Sino que tange para amenizar a saudade
Dos tempos que vivia a sonhar
Mil venturas de suave alegria
Minh’alma ao som da Ave Maria
Lá no infinito azulado
Uma estrela formosa irradia
A mensagem do meu passado
Quando o sino tange Ave Maria