Que venha mais um dia preparado pra amanhã
Só pra ver família sã, sem receio de afã
Pecado já foi maçã, hoje é ira de um titã
Que no jogo aposta a vida confiando em talismã
Sei, tem vários Talibã que não tem o que comer
Bem pior que Vietnã, luta Mst
O povo é soberano, mas o governo é tirano
Incógnita é paz porque o tempo é cigano
Antônimo na rima era só uma ironia
Pois na prática eu falo, mas ajo na teoria
Não perca a sua fé mesmo que seja clichê
Porque dos muitos que não tem, todos estão a mercê
Não dou ênfase a retórica, pois tem que ser assim
Se tão perto do começo estou perto do fim
Não vão falar por mim, nem mil alto-falantes
No entanto, ainda vivo como se fosse um errante
Amanhã, tudo vai melhorar
Amanhã, mais tempo pra pensar
Amanhã, tudo vai transmutar
Codificar, se consumar
Amanhã
Amanhã
Amanhã
Não vou fazer resumo de toda a minha vida
Se quando eu tive dor, ela não foi resumida
Eu tive que apanhar pra saber como se bate
Então me diz porque tem vários que pularam essa parte
Não vou cultivar o ódio pra atirar num burguês
Mas é foda trabalhar pra ter o mínimo no mês
Tem vários Che Guevara que viraram Lutero
Vários tão no paraíso merecendo o inferno
Vai poema, vem dilema, o problema é o sistema
Não tem pena, rouba a cena, continua o mesmo lema
A vida é uma dádiva revés do deletério
Se a morte for o caso, tem flores no cemitério
Compulsivo à conversão num colapso mental
Abstinência e opinião do conflito nacional
Arsenal bélico do Rap é o compromisso
Mas ainda acredito nesse tal de altruísmo
Amanhã, tudo vai melhorar
Amanhã, mais tempo pra pensar
Amanhã, tudo vai transmutar
Codificar, se consumar
Amanhã
Amanhã
Amanhã
Passei por muito tempo sem entender a pergunta
Só que quando a gente entende quase sempre ela muda
Então a gente acumula tudo aquilo que aprendeu
Só num aprende a lição aquele que já morreu
Se perdeu no emocional, não sou fã do irracional
Mas na ética eu sei quase tudo que é banal
Abrange tudo aquilo que aqui tem no brasão
Então consta nas estrelas da bandeira da nação
Mas tem gente na sarjeta, metendo a toca preta
Partindo pra avenida enquadrando de Escopeta
Isso é calamidade, mas vou falar a verdade
Violência só existe porque o povo é covarde
Tipo Sabadão à tarde, parece que sou de Marte
Preso em meu medo, sujeito sem liberdade
Não ligo pra vaidade do poder capitalista
Então, foda-se a censura, Rappek entrou na lista
Amanhã, tudo vai melhorar
Amanhã, mais tempo pra pensar
Amanhã, tudo vai transmutar
Codificar, se consumar
Amanhã
Amanhã
Amanhã