A cada lágrima que cai, eu me fortaleço
Mas sempre foi assim, tudo tem seu preço
Quer falar do que não sabe, então irmão, nem fala
O monstro é o sistema e o fracasso é a vala
Eu já nem sonho mais, só tenho pesadelos
Seu reflexo no espelho não transmite o que eu vejo
Desigualdade social, polícia e ladrão
Amor é igual ao medo de quem vive na solidão
Isso aqui não é em vão pra quem tem bom coração
Mantenha os pés no chão por que viver é opção
Propaganda enganosa oferecida de bandeja
Que você abraça pelo que você deseja
Pra muitos é cerveja, garçom, outra na mesa
Momentos felizes que te matam, ou seja
Felicidade é um momento e nada mais
Tudo passa com o tempo e não te satisfaz
Você sempre quer mais, mas nunca corre atrás
Espera cair do céu ou pede pro seu pai
Ah, então tá bom, pensa que é tão fácil assim
Povo comodista está rumo ao seu fim
Aí, eu vou falar, não adianta ser durão
Se a sua alma sofre sempre por decepção
É a fúria em ação na veia do neguin'
Entra pra vida do crime e acha que não é ruim
Mas só que já sofreu pra saber como é que é
Sentir o gosto do fel por dinheiro e por mulher
Nego, tem que ser forte tanto quanto a sua dor
Na vida nada é de graça, nem o amor
O que é, o que é
Clara e salgada
Cabe em um olho e pesa uma tonelada
O que é, o que é
Clara e salgada
Cabe em um olho e pesa uma tonelada
O que é, o que é
Verme sai da reta
Irmã do desespero, rival da esperança
O que é, o que é
Verme sai da reta
Irmã do desespero, rival da esperança
A cada lágrima que cai, assimilo com a mente
Coração não sente mais, calejado, está doente
Louco, demente, a vida segue o jogo
Termina, recomeça, acaba e vem tudo de novo
Minha cabeça é uma prisão onde não dá pra sair
Um labirinto opaco e cheio de cicatriz
Lembranças ruins estão aqui e não me deixam sorrir
Eu tentei, eu tentei, mas não posso mentir
Vou cair na minha tristeza, na própria depressão
Esquecido entre a fronteira do pecado e a oração
Não vou me omitir, esconder meus pensamentos
Com medo que eles possam causar constrangimento
Te vejo ao relento no sereno da madruga
Luz singela da Lua, sobrevivente da rua
A verdade nua e crua joguei no ventilador
Pra voar aos sete cantos, demonstrar a minha dor
Não sou doutor, nem paciente, cansei de esperar
Posso até morrer na guerra, mas não vou recuar
Quem é você pra me julgar? Me diz quem você é
Tá de toca só filmando, testando a minha fé
Tô aqui, tô de pé, tô firmão na missão
Cabreiro, ligeiro, luto contra a opressão
Faço jus a liberdade, incentivo a humildade
Sou fruto, simplicidade, sou luto nessa cidade
Fria, escura, cinza e sem sentimento
Meus olhos se fecharam, esqueceram esse momento
Sem tempo, lamentos onde não existe o amor
Quebraram os mandamentos que Jesus nos ensinou
O que é, o que é
Clara e salgada
Cabe em um olho e pesa uma tonelada
O que é, o que é
Clara e salgada
Cabe em um olho e pesa uma tonelada
O que é, o que é
Verme sai da reta
Irmã do desespero, rival da esperança
O que é, o que é
Verme sai da reta
Irmã do desespero, rival da esperança