Me cansei da vida no alto da serra
Fiz morada no costado da Argentina
Trouxe um pouco da colônia pra esta terra
E minha gaita Todeschini, coisa fina
Eu abri minha cantina em São Borja
E a filial do outro lado em San Tomé
O almoço é uma festança pra indiada,
Tem polenta com radico y chamame
Mandei uma carta lá pra colônia
Que eu me dei bem nesta fronteira
Logo em seguida vou buscar a Nona
Se der no jeito a família inteira
Eu me agradei da vida costeira
Numa chalana levo minha sina
Carrego sempre as mesmas tranqueiras
Mas nunca a mesma correntina
Jogo um conto que os parentes lá em Veneza
Não têm tino navegueiro como io
Tô forrando meu colchón, florindo a mesa
Espalhando minha fama neste rio
O minuano gela o couro dos viventes
No balcão eles vem tudo esquentá os osso
Tem salame, queijo e vinho da colônia
E de allá sampo azeitona sem caroço