Eu pago o preço, pago o salto no asfalto
Pago o que por,
Eu chuto o copo, quebro o balde
Eu falo a respeito, sempre falo incerto
Falo o que for
Eu falo freud, cito fraude
E falo porque Deus me deu a voz
Pra falar sobre seu salto, seu algoz
Pra cantar sobre minhocas, sobre anzóis
Pra saudar, sonhar, secar, desatar nós
Te seduzir e seguir forte o encanto
Fazer-te rir, colibri, é este o meu canto
Incrível ver o que passou
E nem olhei pra trás, faltou coragem
Caro irmão, se você sonhou
Persista sempre em busca, meu rapaz
Pois te asseguro não irás falhar
Quem sonha o sonho e põe em prática
Só recebe o dom do bem
Fui mau aluno na gramática
Dos anseios não me lembro
Ao pó recordo fatos muito claros
Mas nada tenho a falar
De flores, nem de fotos, nem de carros
Meu caro, é só.