No porto da cidade, as redes vão pro mar.
O mar pára na areia e eu espero por você.
“Carena, baitera,” caco de cargueiro,
desdobrando o mundo por esse canal,
Protegendo os sonhos que trafegam as saudades,
nas muralhas, os canhões da marinha naval.
Branco, branco o cais.
Nem toda paz é branda.
Nas almas estrangeiras, na fé, no cafezal
no coração avermelhado, há carne escura
e um mundo abortado em noite de natal.
Palácio, palacete, pala-fita e meia
— cabotagem avessa, territorial.
Marola amarela, tez pálida e feia:
retratos do meu mundo nem bem, nem mal.
Passa praça, passa gente.
Passageiro.
Escuro, toda noite.
E, claro, amanhecer.
Amamos e odiamos, todos, dia inteiro:
quem veio, quem partiu
e quem ficou pra ver.