Não trago no bolso tesouro das Minas, Gerais,
nem trago no copo a cana das bandas do norte.
Não trago no alforje couraças dos pampas do sul,
nem trago comigo mentiras do planalto central.
Se quiser me amar de bom grado aceito a sua paixão.
Bom saber das caídas do seu coração.
Não trago no peito pedaços de antigas paixões.
Passei por estradas sem volta de única mão.
E os trechos desentoados de antigas canções
ficaram, sem eco, nos trilhos da velha estação.
Vim de longe, das cinzas de um velho baú.
Matinadas, cantigas, guardei pra servir a quem segue.
Me segue, o cruzeiro do sul.
Eu trago no canto um tesouro das Minas Gerais.
Também já bebi cantoria nos copos do norte.
No alforje viagens.
No peito, cantigas do sul.
No som da viola, matizes do planalto central.