Eu era guri, criado pra fora, brincava ao relento
Ouvindo as histórias, façanhas dos velhos e causos de medo
Fazia de tudo já quando taludo dando seguimento
À lida de tantos que iguais a mim, do campo tiram sustento
Um dia o acaso me apertou num brete e retrancou o intento
Deste viver campeiro, janeiro a janeiro sem folgar um momento
E migrei pra Argentina buscando outra sina, quem sabe um alento
Vou com Deus minha mãe lhe mando notícia, sem ressentimento!
Pelos percalços da vida busquei guarida pelo corredor
Só pedi ajuda pros cavalos de muda carregando a dor
Da distância do pago, com tudo já pago por tudo que fiz
Ou talvez nem fiz... Me deixem feliz
E assim fui levando, como peão de campo ajustado por mês
Lidando com gado, domando potrada, de uma só vez
Trabalhava no arado, cabo de machado, arame e torques
Não andava “de a pé” nas criollas de basto lá por San Tomé
Sentindo a saudade dei marcha de volta com a minha fé
Deixando um saludo aos hermanos paysanos lá da San José
E cheguei no Rosário, sem marcar horário e enchendo minhas vista
De água e de campo, de felicidade e Rincão do Batista