Me ajustei de peão de campo
Por gostar muito dessa vida
De habitar essas coxilhas
Abrindo o peito sempre cantando
Com os quero-queros de parceria
Me ajustei de peão de campo
Só pra viver enforquilhado
Nas “cruz” de um pobre que como eu
Não vive longe do que é seu
Cheiro de pasto e instinto alçado
Não é que eu trabalhe tanto
Mas foi o jeito que eu sabia
Pra viver dentro do campo
Sem ter fazenda com nome de santo
Nem ser herdeiro de sesmaria!
Me ajustei de peão de campo
Pra acordar antes do dia
Colher marcela na semana santa
Entanguir a alma pelas invernias
Conheço bem o rigor da labuta
É só um detalhe nessa minha luta
De peão rural, changueiro ou mensaleiro
Pra ser campeiro isso é o que me custa