O cauri que eu vou jogar já foi dinheiro
O salário vem do sal que é tempero
No azul desse mar eu faço o meu Carnaval
Com a Vila levantando o meu astral
A Vila ao girar sua coroa
Mostra a cara na avenida
E diz que a vida sempre foi um troca-troca
A Arábia em duas faces se escondia
Atraindo pro Oriente os interesses da Europa
Ao aumentar suas fronteiras
Surgiram novas rotas financeiras
O ciclo da moeda refletia
O comércio das especiarias
O Eldorado Negro, império e tesouro
Taghaza transformava ouro em pó, em pó de ouro
Renascem da evolução novos filões
Entre o Ocidente regiões
Daí a cobiça tão viril
Caravelas aportaram no Brasil
Um paraíso, um colírio no olhar
Novo eldorado fez a corte delirar
Pregoeiros de riquezas
Pau-Brasil de mão em mão
Nosso chão virou senzala
Um mercado a escravidão
D. João trouxe o progresso
A inflação deixou de herança
No real, realidade é a esperança