Entrou no bar, sentiu a barra
Imediatamente gritou
Chocante, chocante, chocante
Foi pro balcão, fez um ar, chorou
Pediu um Dreher, virou de vez
Chocante, chocante, chocante
Sentiu que melhorou
Procurou uma mesa e sentou
Pediu uma pinga e pensou
Chocante, chocante, chocante
Ele virá? (Virá)
Ele virá? (Sei lá)
Ele entrará, tenho certeza, não me crocodilará
Eu não sou feia (é sim)
Eu não sou má (talvez)
Por que será então que ele não me adorará?
É uma injustiça (tá aí, eu não acho)
Será?
Então falou assim
Com sua voz estranha
Sua boca inchada e carmim
Andava sempre assim (é, lá na boate ela tá sempre torta)
Se ele viesse
Eu iria lhe dar
O que quisesse
No meio desse bar (que absurdo)
As horas e as bebidas
Foram consumidas
De bela, ficou feia
De boa, ficou má
Ele não veio, ela pensou
Já se sentindo meio expulsa
Daquele bar se retirou
Abriu a porta
E já na rua
Olhou pra Lua
E de repente começou a uivar
Uh (chega, que absurdo)
É encontrada na madrugada
Fechadona como um tatu
Caidona na calçada
É recolhida pro D.L.U
E numa chapante
E numa irritante
E naquele instante gritou
Chocante
Chocante
Chocante
Chocante