Vocês que fazem parte dessa massa que passa nos
projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar e dar muito mais do que
receber
E ter que demonstrar sua coragem à margem do que possa
parecer
E ver que toda essa engrenagem já sente a ferrugem lhe
comer
Ê, ô ô, vida de gado, povo marcado, ê, povo feliz
Lá fora faz um tempo confortável, a vigilância cuida
do normal
Os automóveis ouvem a notícia, os homens a publicam no
jornal
E correm através da madrugada a única velhice que
chegou
Demoram-se na beira da estrada e passam a contar o que
sobrou
Ê, ô ô, vida de gado, povo marcado, ê, povo feliz
O povo foge da ignorância apesar de viver tão perto
dela
E sonham com melhores tempos idos, contemplam essa
vida numa cela
Esperam nova possibilidade de verem esse mundo se
acabar
A arca de Noé, o dirigível, não voam nem se pode
flutuar