Em cada passo
Em cada trago
Todo espaço
Tudo o que vejo
O que percebo
Que minto
A cada dia que passa
No segundo que passa
Sentimento velado que passo
E a cada espera
Em cada esfera
A cada fera
A fúria que mato
No silêncio que faço
A cada crime testemunhado
Num abraço
Num desejo que tenho e disfarço
Essa cidade me engole nos teus goles de féu
A conta gotas o veneno trágico que sou eu
Eu pairo nesta cidade, a morte que sobrevém
A morte sempre aparente eu a engulo também
A cada roupa
A cada mente
Minha mente
Sempre vazia
Cada começo
O sacrilégio
Sacrifício
A cada azia
A cada par de olhos
Curiosos
Que buscam me olhar
Por tras
E a cada tosse
Minha alma grita
Essa brisa que invade
Cada corredor
Dos prédios
Cada veracidade
Das notícias
De que todos falam
Em cada esquina
Essa cidade me engole nos teus goles de féu
A conta gotas o veneno trágico que sou eu
Eu pairo nesta cidade, a morte que sobrevém
A morte sempre aparente eu a engulo também