Eu também sinto saudade, Cesária! Era Eva, Évora, outras Veras
Veredas, varais
E ouvirás em fim de cada boa malha, uma nova menina, enfim, Amália
Aos olivais que conduzem à Fátima traduz talvez lástima, casta
E à tasca, pra sentimentos privados, que venham emoções públicas
Sete saias, maré, mares a Nazaré!
Naus, e algumas caravelas
Paus, de outras primas matérias
Porque ser não é estar quando
O emotivo exprime em ti, o que o sentimental reprime em si
Imprime também tal herança, a dobrar cada Cabo, esperança
Passado Tormenta
Presente esperança
Bonança do tempo
Verbo, lembrança
E mais além da Marrabenta há quem diga, a Leste, o Timor!
Há respeito, mas não mais temor, Adamastor!
Arrebenta o ranço
E só haverá descanso quando a conquista for o livre trânsito
Tombar tais barreiras, aproximar irmãs
Nações, fronteiras, com afinco, pressa e afã
Regressa o samba ao semba (cantadas à mesma mesa)
E a morna e o fado-à-desgarrada, dançadas na reza; amarradas como presa
Preza assim o cacimbo indo ao passo imperfeito
Acerta, erra, sobre o mesmo salão, chão de terra
E nesta ode, Camões
Pindorama sou (tupiniquim ainda!)
Na mesma entrada
Porta, o alecrim
Ao vento, à vela, deixe-me livre!
Empresta-me vermelhos cravos
Pra silenciar os canos que calam os meus em Costa Barros!
São outras aldeias, outros guetos, outras vilas
Vias para minha esperança luzidia
Outros Lusíadas, luz ao dia!