Polca
Você tem língua grande, eu já sei e mesmo assim
Ache que não devia lhe tirara todo valor
Se essa mesma língua que hoje fala mal de mim
Mil vezes enfeitou as nossas de amor
Palavras e carinhos que um verso nunca diz
Momentos de ternura, de loucura, tudo mais;
Mas pobre de quem tem a ilusão de ser feliz
Nos braços de quem vive de ilusões materiais.
Você caiu demais em sua triste trajetória
Julgando-se a dona de mesquinhos festivais
E hoje no fracasso quer tirar minha vitória
Mas onde me encontro voe não alcança mais.
Porem não tenha medo, pois vingar-me eu não sei
Ainda que a revolta queira sempre dominar
Em vez de dar um tapa em um rosto que amei
Prefiro que o tempo se encarregue de vingar.
Talvez agora entenda o que alguém sempre falou
Beleza nada vale se não há educação
As pedras traiçoeiras que você me atirou
Formaram a muralha do seu triste mundo cão.