Tarde da noite ouço vozes pela rua
São os boêmios que regressam a cantar
Em versos tristes dão adeus a luz da lua
E a madrugada não demora pra chegar
Como não posso dominar minha vontade
Abro a janela e tenho mesmo que olhar
A boa esposa que jurou-me lealdade
Entre os boêmios vejo agora a caminhar
Meus olhos tristes e já cansados de chorar
Mais uma vez vão contemplar
A sua estrela já sem luz
E vai em busca de mais prazer e vaidade
Enquanto eu com humildade
Vou carregando a minha cruz
Se é destino, que destino mais tirano
Que o mal caminho ensinou a quem eu quis
Dessa união agora resta o desengano
E a certeza que jamais serei feliz
Não compreendo porque fui tão judiado
Tive tão pouco pelo muito que lhe fiz
Embora tenho o coração despedaçado
Não a condeno, Deus será o seu juiz
Meus olhos tristes e já cansados de chorar
Mais uma vez vão contemplar
A sua estrela já sem luz
E vai em busca de mais prazer e vaidade
Enquanto eu com humildade
Vou carregando a minha cruz