Em toda estância deste meu Rio Grande macho
O patrão ordena o peão, pra cada tipo de afazer
Costela gorda engraxar o barbicacho
O mate bem cuiudo e canha buena pra beber
A parte da doma o patrão me largo comigo
Eu gosto do perigo e me entendo com égua veiáca
Dexa aporreada me deixa cos corno azedo
E tenta me metê medo vê se eu tenho parte fraca
Hohohoia, Te ajeita boca funda que eu te espatifo as tripa
Com minhas chilena de aço
Hohohoia, te ajeita boca funda que eu te arrebento a gorpe
Te desmancho os teto a laço
Tenho por tetéia um par de chilena grande
Feitio na vila treze templada de aço puro
Me dá um remorso quando te iscuito roncando
Abrindo toca na pança dum pelo duro
Esta vida de peão muitas veis me mete medo
Mas já nasci em galpão e outra vida não me adianta
Me sinto um rei no lombo dum aporreado berrando
E no aperto agarro um touro pelas guampa
Hohohoia, Te ajeita boca funda que eu te espatifo as tripa
Com minhas chilena de aço
Hohohoia, te ajeita boca funda que eu te arrebento a gorpe
Te desmancho os teto a laço
Acarco os ferro quando o bicho berra grosso
Rangindo o basto com rédea forte e bocal
E a velha guaxa comedeira de virilha
Das redomona que feio me querer mal
Sigo domando a vida quexa aporreada e gaviona
Corteando a redomona até no dia que eu me for
Peço aos outros peão me enterrar pertinho da estância
Aqui descansa apenas um domador
Hohohoia, Te ajeita boca funda que eu te espatifo as tripa
Com minhas chilena de aço
Hohohoia, te ajeita boca funda que eu te arrebento a gorpe
Te desmancho os teto a laço
(Esta é pra toda companherada ginetos,
do meu Rio Grande véio de Deus)
por nelson de campos