(Quando espicho esta cordeona, me sinto dono do chão
No repente igual um raio, limpo a rima num clarão
E trago o resto do mundo na anca da minha canção
Meus verso são aporreado pra bailá c'os pé trocado
C'oas prendas do meu rincão)
Vou espichando a cordeona engrossando o entrevero
E aonde eu tivé tocando ninguém fica sapatero
Até namoro se ajeita neste embalo galponeiro
Meus versos já são taiado com a marca do chão colorado
Bem do jeito missioneiro
Meu canto é um potro redomão de poca cincha
Que se apertá muito vai nascer de ceboleia
Mas se o cantador for bem campeiro junto ao cerro
Que o bicho berra e pelos campos se guasqueia
(E é por isso companheiro que eu abro forte o gogó
E nesse embalo galponeiro, me desculpe, eu ando só
E até faço por jogo, que o fandango pega fogo no salão
Tapa de pó)
E nas grandes porperia meu nome sempre aparece
Por todo rincão sulino a peonada me conhece
E este tranco macanudo desde a hora que anoitece
Meu cantar abagualado pra cantar c'os pé trocado
Até que o dia amanhece
Meu canto é um potro redomão de poca cincha
Que se apertá muito vai nascer de ceboleia
Mas se o cantador for bem campeiro junto ao cerro
Que o bicho berra e pelos campos se guasqueia
E pra quem não me conhece me exprico desta maneira
Meus predicado são muito e não dá em quarqué tocera
Sou cria do Sete Povos linda terra missioneira
Da gaita sem a mandinga e tenho as sete catinga
Desmamado na vaneira
Meu canto é um potro redomão de poca cincha
Que se apertá muito vai nascer de ceboleia
Mas se o cantador for bem campeiro junto ao cerro
Que o bicho berra e pelos campos se guasqueia
por nelson de campos