amigos peço licença
para trancar minha rima
e daqui, de serra acima
cantar versos de aporfia
pra falar na valentia
de gaúchos e cavalos
pois me dá gosto lembrá-los
no rodeio em vacaria
no rodeio em vacaria
onde a história se repete
aporreados e ginetes
peleiam com altivez
em um ventito quando em vez
faz arrepiar a restinga
deixando no ar a mandinga
e a alma de trinta e três
a alma da trinta e três
do rasga-diabo ou do bozo
deve andar baixando o tozo
no meio da gauchada
e cada venta-rasgada
égua chucra, potro maula
me faz lembrar os "de Paula"
numa linda gineteada
numa linda gineteada
como o vigil já fazia
igualzito o João Maria
o ginetaco lageano
e os de "Alla", os Castelhanos
Don Luiz Rosa, Don Danilo
cada qual com seu estilo
bem no jeitão campechano
bem no jeitão campechano
o Graciliano Medeiros
esporeava caborteiros
desde a paleta até o focinho
e o Anibal Silva, Borginho
Ari Nunes e outros tantos
desafiavam quebrantos
do "vovo" do passarinho
do "vovo" do passarinho
e das luas aporreadas
a Lua cheia e a Prateada
com a mandraca la de cima
as duas diabas divinas
que a gineteada temia
e quase sempre saia
voando por sobre as crinas
voando por sobre as crinas
e antecipando o bailado:
milonga, xote-solado
ulrima valsa, rancheira
meia noite ou noite inteira
a corcovear pelo mundo
sem parar um só segundo
pra sapatear a vanera
pra sapatear a vanera
e pra escutar o relincho
do tobiano capincho
corcoveando meia-hora
e depois sai campo a fora
pra visita a namorada
com a lobuna prateada
troteando abaixo de espora!
venham todos! venham todos!
a lenha já esta queimando
a carne gorda pingando
e um mate bueno cevado
pela cancha um aporreado
a espera de um domador
gaita,violão e cantor
e prendas por todo lado