Quando eu saí de lá de Maceió
Eu fui andar no mei-de-mundo com um olho só
Eu falo assim porque sou precavido
Justamente do proverbio que eu escutei, que diz:
Amigo! se quer ver o feio
Arrisque um olho só pra não cegar de vez
Nem todo mundo tem dois braços duas pernas
Nem a boca fala sempre a vós do coração
Quando a cabeça não se usa pra pensar
O corpo inteiro paga e serve de lição
São Paulo, eu vi, eu quis, eu fui
Mas sei que não venci legal
Em Minas, no clube da esquina
Eu me inscrevi mas não matei a pau
No rio de janeiro, fevereiro, carnaval
Meu candeeiro também se apagou
Bati na trave lá na Paraíba
Onde uma menina me negou amor
A sorte é de quem arrisca
Não se pode ganhar nada sem sequer jogar
Mas eu perdi no jogo da saudade
Quando eu morava lá no Ceará
Lembrei das coisas lá da minha terra
Do mirante da sereia e praia do francês
Me deu vontade de sair voando
Jogar tudo fora e regressar de vez
Quando passei de avião, de Pernambuco pra Bahia
Senti me dar um nó
Voando baixo vendo a Pajuçara
Vendo ali tantas sereias todas elas sós
Hei de voltar pra minha terra de belezas
E com toda certeza me sentir um Rei
Pra ver de novo com os meus dois olhos
O que noutras bandas eu não encontrei
Pra ver de novo com os meus dois olhos
O que noutras terras eu não encontrei