Alazão, companheiro alado, do Sertão dourado
Sem Deus, sem chuva, sem cor, sem almas de compaixão
Foi você o meu cavalo grado, tocando manadas
A sol ardente, no chão rachado sem plantação
Eu parei o mundo com as próprias mãos
E por toda vida nem sei dizer se sofri ou não
Com a tua morte, perdi a razão
Já não sou tão forte, vou tentar a sorte longe do Sertão
Por você eu canto esse lamento
e em meu sonhamento, te vejo livre
bebendo a água de um ribeirão
Vou seguir pelo mundo a fora
com esse sentimento e aboio triste
cantando ao toque de um violão
Se não chove nunca nesse meu torrão
É porquê duvido que a natureza seja criação
Deus desculpe minhas lágrimas que molhar teu chão
É que eu sou vivente e sou concebido de uma compaixão