Já que tu vai lá pra feira
Traga de lá para mim
Água da fulô que cheira
Um novelo e um carmim
Traz um pacote de Miss
Meu amigo se tu visse
Aquele cego cantador
Um dia ele me disse
Jogando um mote de amor
Que eu 'havera' de viver por esse mundo
E morrer ainda em flor
Passa naquela barraca daquela ‘muié’ rezeira
Um dia ‘almoçamo’ paca
Panelada e frigideira
Inté você disse um alô
‘Agabano’ as ‘bóia’ boa aqui das ‘casa’ da cidade
E aquela era a primeira
Traz pra mim umas ‘brevidade’
Que eu quero matar sodade
Faz tempo que fui na feira
Ai, sodade
Ah, pois sim, vê se num esquece
Que ‘inda’ nessa lua cheia
Nóis vai brincá na quermesse
Lá no riacho da areia
Na casa daquele home
Feiticeiro e curador
Que o dia inteiro é home, filho de Nosso Sinhô
Mas dispois da meia-noite é lobisomem comedor
Dos pagão que as mãe esquece sem o tal batismo salvador
E tem mais dois garrafão com dois canguinho responsador
Ah, pois sim, vê se num esquece
De trazer ruge e carmim
Ah, se o dinheiro desse eu queria um trancelim
E mais três metros de chita que é pra eu fazer um vestido
E ficar bem mais bonita que Nadô de Juca adido
Que Zefa de Nhô Joaquim
Já que tu vai lá pra feira, meu amigo
Traz essas coisinhas para mim
Já que tu vai lá pra feira, meu amigo
Traz estas coisinhas para mim