Brisa fria no asfalto quente
Vim tentar vida de gente
Água rasa, sal, nascente
De poesia frugal
Desfolhando um dedilhado
Vindo lá do outro lado
Do horizonte ensolarado
Sou acorde natural
Procuro por calmaria
No olho do furacão
Nas águas turvas da noite
Que ara e prepara o pão
Sei lá, sei não
Sigo só nesse ermo estradão
Sei lá, sei não
Ser gauche na vida e semear canção
Vento cobre a aldeia de um riso
Vindo de onde sei não
Só sei que o mar é tranqüilo
Onde sei onde é o chão
Quem é que não amaria
Um homem que só, queria
Na ladeira estreita da alegria
Tocar o velho violão
Sei lá, sei não
Sigo só nesse ermo estradão
Sei lá, sei não
Ser gauche na vida e semear canção