Aqui começo cantando
Com o que o mar que corre
Buscando no mar da lenda
Novas razões de cantar
Vida de cobra norato
Cuja verdade decorre
De ser não sendo, indo
Permanecer existindo
O rio enchia e vazava
Pororoca baixa mar
Cobra norato não sabia
Outro pensar
De ser não sendo, indo
Permanecer existindo
E desde então dessa hora
Todo o filho que nascia
De amor que ninguém sabia
Era filho de honorato
Mentirosamente verdade
Nesse estranho gesto humano
Vem consentir-se no engano
O rio enchia e vazava
Pororoca vai chamar
Cobra norato não sabia
Outro pensar
Queria corpo de moça
E nele naufragar
Por que me tiraste moço
Minhas argolas de amor
Com tua lança certeira
Em meu colar de pudor
E vou dizer a meu pai
A minha mãe que direi
Se aquilo que hora renego
É o mesmo que lhe darei
O rio enchia e vazava
Pororoca vai chamar
Cobra norato não sabia
Outro pensar
O amor é rosto sem face
Que não esta onde esta
Ferido norato esta
Das coisas mais que bebeu
Sob águas e ares poluídos
Um pesadelo ocorreu
E chora as águas e ares
Que ainda tentou salvar
Os rios morrendo de sede
E amor morrendo sem ar
O rio enchia e vazava
Pororoca vai chamar
Cobra norato não sabia
Outro pensar
Os rios morrendo de sede
E amor morrendo sem ar