Só mais uma para o caminho, uma taça de tempo encantado, sortilégio das almas cansadas, as que cantam com olhos vermelhos:
“Somos sombras pelos espelhos das cidades”.
Só mais uma para o caminho, um troca de beijos às cegas, uma nova promessa gigante, uma dança de urgências na branda violência deste amor alucinado.
Só mais uma, pede duas, pede tudo que tudo é de graça, faz o pino, tropeça na praça, esquece a raça, o governo:
o inferno é mais honesto, talvez mais terno, que a indiferença.
Fica um pouco mais que eu já estou quase bom, que hoje o dia doeu fundo, mas gosto ainda do mundo.
Mais uma pró caminho!