Ela chegou tão aflita e ele pensou: como é bonita!
Chorou, pedindo “Por favor, ajude-me, meu bom senhor!”.
Sem hesitar, ele levou-a para o apartamento e ela contou-lhe em pormenor o tormento das máfias da emigração que matam sem compaixão.
Ficaram lá por casa, ele era um jovem só e ela começou a fazer pão-de-ló.
Certa noite, a gratidão desenfreou-os pelo chão.
Aleluia: É a flor da vida, é a missão do mundo, a arte do encontro.
Dizem que Deus quando fecha uma porta abre uma janela:
dizem, com um sorriso, que fica no nono piso.
E os mistérios do amor, os encontros, desencontros, não são mais que o torpor que vive nos sonhos dos tontos.
Ele pensou: que grande sorte!
Caiu do céu paixão tão forte!
Sorriu no fim do expediente, foi ter com a sua adolescente.
Mas, sem hesitar, ela levou tudo o que pôde levar e ele encontrou um bilhetinho no chão “Muito obrigado pela sua compreensão”.