Tormenta braba já não me assusta
Nem faço caso, olho a janela
Mas a tormenta dos olhos dela
Me leva o sono... que vai e custa
O que me assusta é a tarde mansa
Quando o sorriso ilumina a vida
Tormenta é a hora de minha partida
Chovendo os risos de tua lembrança
"Espero o tempo de céu aberto
Meu poncho seco nos tentos ato"
Frescor de brisa que cruza o mato
Me imita o jeito se a tenho por perto
Tormenta braba varre meu peito
E um sol sem jeito depois aponta
Tem nos teus olhos sem te dar conta
Lume de lua copiado ao leito
Igual tropa que marcha lenta
Com céu bem lindo poncho nos tentos
Meu canto triste se vai com os ventos
Junto a saudade que me atormenta!