Não como nem tenho como
Ganhar dinheiro
E agüento um pesado sonho
De brasileiro
De meu só tenho eu no mundo
O mundo contrário
E moro na roupa que
Não possui armário
Parentes, não tenho não
Amigo, eu não tenho cão
Meu único amor no mundo
São as árvores!
Só elas, com segurança
Não me desprezam...
As flores morrem...
Amores morrem...
Mas hei de inventar a pinga
Do eterno porre
Quisera ser elegante
Mas sou precário
Quisera eu ser malandro
Mas sou otário
De amores, nem vou falar
Na minha amargura
Que o samba já tem uma vasta
Literatura
Sou menos, já não sou mais
Não faço, mas tanto faz
Meu único amor no mundo
São as árvores!
Só elas, com segurança
Não me desprezam...
As águas secam
Virtudes pecam
As cercas de um grande medo
Já não me cercam