Botei os bois na carreta
Peguei mulher e criança
E parti por este mundo
Carreteando uma esperança
Cortei coxilhas e serras
Deste Brasil frente a fundo
Voltei com a carreta cheia
Das tristezas deste mundo
Andei por muitos lugares
Mas voltei ao meu rincão
Pois não vi em outras plagas
O que existe no meu chão
Senti falta das noitadas
Das guitarras milongueiras
Das sesteadas que eu fazia
Sob a sombra das paineiras
Não vi boitatá correndo
Nas campinas de outros pagos
Quantas vezes faltou erva
Pra cevar meu mate amargo?
Faltou-me uma mão amiga
Nas horas de precisão
Por isso é que estou de volta
Ao meu querido rincão
Deixei meu pago chorando
Os campos de vacaria
Bebi goles de saudade
Soluçando de alegria
Pra minha China e os piás
Compus a canção que canto
E jamais hei de deixar
Esta terra que amo tanto