Não se pode mais
Andar pela cidade
Sem estar atento
À grande verdade
Ninguém está seguro
O quanto pensa estar
E todos são alvos
Em qualquer hora ou lugar
Somos vigiados
Nessa violência
Em cárcere privado
Sem resistência
Em cavalos de vidro
Num imenso carrossel
De quem é a culpa?
Quem é o réu?
Três macaquinhos do cinzeiro
Não vêem, não ouvem, não podem falar
Fica tão difícil nesse meio
Com gesto abstrato querer solucionar
Trocar violência por mais violência
Não é remédio pra se receitar
Cruzar os braços diante dos fatos
Pode fazer a ferida aumentar