Num galpão açoriano aqui aquerenciado
Tem tafona, tafoneiro, viola do meu agrado
Gaita, rabeca, e pandeiro, e um terno afeiçoado
Tem mate, tem braseiro, fogo acesso do passado
Tem, tem, tem
Raspagem da mandioca num festeiro pixurú
A fornada de farinha, rosca, cuscus e biju
Tem canha, tem doçaria para adoçar mais a doçura
Tem, tem, tem
No interior deste galpão, samburá, laço, encilhas
Muitas marcas de trabalho
Das águas até as coxilhas
Se a brisa vem do mar
Traz saudade açoriana de quem um dia plantou
Sonhos da terra pampeana
Foi num galpão açoriano que no jogo de capote
Negros olhos insulanos
Me prenderam num só bote
Que esse galpão açoriano sobreviva em tradição
Gira que gira boi tafoneiro
Pra sempre nesse rincão