Pela primeira vez vou parar de trabalhar e fazer nada
Vestir uma roupa louca e rasgada
Deambular o corpo torto por a í
Só fumar e beber até de madrugada
Esquecer toda uma vida arruinada
Apagar da consciência o que vivi
Pela primeira vez paro de comer as coisas que me fartam
E sofrer por um amigo mal amado
De quem pode mas não quer viver agora
Uma novidade que me põe em ordem
Vem em forma de saúde e dá sorte
As melhoras de uma grande confusão
Pela primeira vez faço do meu carro casa de abrigo
Viajar por terras longas, sem destino
Conviver com quem também vive a sonhar
Viva a primeira vez e a oportunidade em ser feliz
Sem promessas ou que aconteça de verdade
Que eu agarro e aproveito mesmo assim
Vou passar a bola, sair da escola
Pela primeira vez vou de costas pelo meio da estrada
Sem saber o que me espera à chegada
Arriscar tudo o que tenho carregado
Consumir adrenalina e ser ousado
Abraçar só o que é novo e sincero
Construir uma carreira em ser livre
Pela primeira vez vou às meninas da rua despreocupado
E quem sabe acabar enamorado
Vou pintar uma parede e roubar
Viva a primeira vez e o sabor que ela traz todas às vezes
Com defeitos, vícios que todos desaprovam
Mas ter algo novo e louco para contar
Vou esticar a corda, perder a tola por aí