Bem vindo à sociedade e começa já a pagar
Chama-lhe imposto ou coima, o que interessa é apoiar
Esta roda que gira em torno de quem está para investir
E esquece aquele que precisa de comer ou de sorrir
Entra na comunidade, na dança do mostra ao vizinho
De posses e bens materiais, em vez de amor ou carinho
Espécie de vida marada, quem manda faz o que quer
Leis que regulam o norte de quem nasce sem poder
Cala-se a mãe natureza, com carros e fábricas mortas
Cheira o degredo das cunhas, luvas que abrem as portas
Circo de tal fantasia, ilude quem quer vender
Seja o corpo ou a vida, seja homem ou mulher
Alguns aceitam por bem, venha o alternativo
Num sistema controlado, em que o pobre alimenta o rico
Apareces na televisão, na rádio e no jornal
Mas isso não significa, se vens por bem ou por mal
Hoje está para te valer
E a qualidade sempre a descer
Já nem há tempo para conversar
Está caladinho, vai trabalhar