(REFRÃO) Festa pelo direito de luta, luta pelo direito
de festa! Festa, luta, luta, festa!
De 64 a 85 reprimiam o que temiam: informação,
diversão e o que era novo, como a explosão sonora sem
igual, na ebulição mundial, que aflorava no povo aqui,
terra tropical, - não o Polar Ártico. Apesar da
tristeza do pandeiro de plástico, e também do chocalho
do índio de short Adidas, eu chacoalho na sequência das
batidas. Um dj sim, salvou minha vida, nunca um
polícia, nem perfil revisionista pagando de milícia.
Bumbo, caixa, bumbo, caixa...
Essa é única pressão que me relaxa.
(REFRÃO)
Com tanto drama à solta em São Paulo, Capital, tá
embaçado pertencer à banca do Mamelo Sound. Mas pra
sua informação, eu sou o tipo de pau que já nasceu
torto e vai morrer igual. No foco federal de afinar a
artilharia verbal, afinal pra mim não é todo dia que a
rebeldia se separa da revolta, e a revolta volta na tua
cara toda torta.
É tipo bumerangue, estopim de bang-bang, separa sua
gang, e geralmente gera sangue. Na posição oposta,
rebeldia é o que importa - pra mim, o nosso povo é
mosca morta. Alô Brasil, vamos lembrar: na ditadura
militar, manifestar rimava com tortura. Tamo vivo,
agora atura, vamo tudo celebrar, cerebral, na moral,
praí então retomar, já revigorado, a guerra que Bob
Marley Pai, cantou na canção com texto de Selassie.
Enquanto isso no salão, pista cheia no limite, e se o
assunto são as filhas de afrodite, acredite: só se vê
espécie espetacular, e da toca dos toca-discos emana,
sem parar, hip hop, Fela Kuti, funk, e o Fino da
Bossa. Sound sistem 100%, se segura que essa é
nossa...
(REFRÃO)