No Bairro da Madragoa
À janela de Lisboa
Nasceu a Rosa Maria
Filha de gente vareira
Foi criada na Ribeira
Entre peixe e maresia
Flor mulher aquela rosa
É a moça mais airosa
Que a lota já conheceu
E toda a malta do mar
Suspira ao vê-la passar
De chinela e perna ao léu
Lá vai a Rosa Maria que é a alegria desta Ribeira
Ouve e ri à gargalhada qualquer piada, por mais brejeira
Vai bugiar meu menino, não deites barro à parede
Que esta Rosa é peixe fino p'rás malhas da tua rede
O jovem Chico Fateixa
Já jurou que não a deixa
Pois a paixão é teimosa
É de tal modo a cegueira
Que deu à sua traineira
O nome daquela Rosa
E a Rosa da Madragoa
Ao ver escrito na proa
Seu nome, Rosa Maria
Ergueu os braços ao Chico
Começou o namorico
E vão casar qualquer dia