A guitarra é toda oca
Roubaram-lhe o coração
Por isso anda como louca
A chorar de mão em mão
Toda a folha que foi verde
Se arrasta nos vendavais
O vento a leva e a perde
Ao tronco não volta mais
Aos bocadinhos sofrendo
Ponho de parte as tristezas
E assim cá vou vivendo
Nesta vida de incertezas
Às vezes é um disfarce
O ódio que a gente sente
É a saudade a lembrar-se
De quem se esquece da gente
O fado tenho cantado
Por esta Lisboa à toa
Não há Lisboa sem fado
Não há fado sem Lisboa