Da muralha ao pó ( ou “do pó ao vôo livre” )
Unhas e mãos, faca entre os dentes, pois é de grão em grão
Que se transforma essa muralha em pó
Faça sagrados o teu brio, teu suor
Faça sumir a aquele...
Medo do mar; ondulatórias, serpentinas e fel
Vão fazendo do jardim mausoléu
E envenenando esse conceito de céu
Pra ninguém mais querer voar
Pedra e sabão, nas tinas sujas nascem calos nas mãos
Incinerando a nossa conformação
Trocando tapas por um mito de paz
Por um segundo imbecil e fugaz
Negando fatos e aceitando ilusões
Jogando terra nessas lamentações
Fertilizando o nosso senso de dor
Pra então querer libertação
Querer voar por simples prazer,
Querer lutar, se arriscar a vencer
Mesmo assim somos animais
Com sonhos tribais
Vindos de ancestrais
Da Mata Atlântica
Maaaa... Mata Atlânticaaaaa!