Minuano bate de frente quebrando a aba do chapéu
Ao tranco do baio ruano se interte contando as trelas do céu.
Quem nasceu pra ser changueador
Morando nos corredor sem nunca ter rumo certo
Changueando pelas estâncias
Vai engolindo distancias o perto e longe, o longe é perto
Quem nasceu pro lombo do pingo
Não tem feriado ou domingo, não tem noite, não tem dia
Com chuva, sol ou geada
Batendo cascos na estrada no sem fim das pradarias
Pelos caminhos do pampa
Misturas cascos e guampas ao reponte do cavalo
Levanta a aba do chapéu
Bombeia as nuvens do céu, lamenta os rabos de galo
Debaixo do seu sombreiro
Uma capa marca cruzeiro nos tempos das Três Marias
De bota, lenço e bombacha
Este gaúcho se acha perdido nas sesmarias.