Vejo...
Tanta gente se despede
Tanta gente se encontra
Nas paradas da estação
Choram
Tantas lágrimas fugazes
Tantas outras se eternizam
Nas marquises da emoção
Juntas
A tristeza e a alegria
Ansiedade e nostalgia
Sob os mesmos pavilhões
Fonte
Da esperança e da saudade
Terminal de ambiguidades
Cemitério de paixões
Sinto...
Dos pilares de concreto
Brotam sonhos e afetos
Desesperos, ilusões
Repousam
No abrigo de uma laje
Nas inúmeras viagens
Os motivos das canções
Abriga-me,
Estação, por uma hora,
Me permita essa demora
Pelo adeus que me calou
Pois hoje,
Entre vigas e ladrilhos
Vi sumir pr'além dos trilhos
Os acenos de um amor