Velas ao mar, que o vento leve
Nos mares da insanidade, naveguem
Delírios, sonhos, devaneios
Por sete anjos me guiei
Num sopro divino, segui peregrino, andei
E não me fiz entender
Pensamento aprisionado por meus irmãos
Na mente à procura de ser
Enviado pela voz, o Rosário da razão
Mas a arte irrompe a pele
Bordando o destino, a direção
O bem e o caos, rainha ou peão?
No bispo, senhor, a salvação!
Um inventário em jogo, à luz dos olhos teus
Ao tabuleiro, as mãos de Deus!
Parti pra fazer a minha chegança
O mundo, enfim, pude recriar
A emoção dos tempos de infância
Sagrado samba que faz relembrar
O manto e suas coroas
Tambores em procissão
Quilombos e cabaças
Alma do sertão
Sou mais um negro
Orgulho dos meus ancestrais
A vida eu colori de paz
Nas páginas brancas da memória
Tingi de verde a minha história
Resgata, Cubango, o meu grande amor!
Insano, nessa avenida eu vou!
Trançando em arte o sentimento mais profundo
Eu sou o Rei que bordou o mundo