Lembranças perdidas surgem na sua memória
Você avançava sobre as dunas distantes
Você fugia das eternas miragens audazes
Após andar jardas
E mais jardas num deserto plano
Olhava mais além ao dar mais um passo decisivo
Dentro de um triângulo de emoções
Você fitava o céu em pensamentos distantes
Você via estranhas faces
Encerradas num parênteses
Elas eram demônios
Flutuando sobre areias quentes
Sempre safando
Você arrastava-se com a alma torturada
Com as forças do seu espírito
Quase em eclipse
Quase sem sentidos
Você pensava além dos dias que virão
Pode ser que hoje o sol brilhe
Pode ser que a madrugada não seja eterna
Pode ser que a sua solidão seja pequena
Pode ser que no amanhã as rosas desabrochem
Pode ser que no interior
Do seu ser os egos sumam
Pode ser que você consiga suportar
Os dissabores
É possível que a sua depressão termine agora
Pode ser que você chegue ao fim do corredor
A neblina contínua foi a última fronteira
No belo horizonte, o poente da esperança
Você precisa persistir nos velhos sonhos
Você não pode deixa-los de lado
Você não pode deixa-los, não pode