Eu sou, a escola do povo
Tambor furioso que se manifesta
E vou do alto do bronze
No meu horizonte, a grande floresta
Não consigo explicar o que pude sentir
Quando o rio-mar espelhou Guaracy
Declamei em tupy, conheci boitatá
Escutei juriti chamar o tracajá
Dos índios e lendas, trovei um poema
Feito piracema o inverso que há
O boto rosa que seduz a moça
Na escuridão que vejo águas claras
Luz de Jacy que alumia a noite
Em leito doce pela voz de yaras
Uirapurus que cantam, os vaga-lumes dançam
Vitória-régia de fantástico esplendor
Sabedoria afaga, a Amazônia abraça
Em pajelança um ritual libertador
A arte clareia a verdejante imensidão
Reluz a aldeia e no olhar dos curumins
Marujada toca imaginação
Segue a toada pra cunhã de Parintins
Ê! Ê! Meu boi! Vermelho no coração
Estrela na imensidão, galera
Ê! Ê! Meu boi! Me leva pro meu rincão
A minha maior paixão, me espera
Eu voltei de lança e cocar
Aqui é meu lugar, sou da tribo guerreira
Respeite a onça... Da cova
Cova da Onça da flecha certeira