Verso 1: Pitzan
Eu sempre peço pra ela ir embora, mas sem muita certeza
Por que quando ela fica, enxergo com mais clareza
Tua delicadeza, alento que conforta
As horas silenciosas, que o coração não suporta, importa
Dizer o quanto aprendo com ela, o quanto ela se contradiz se mostrando assim tão bela
É engraçado como tua presença mexe comigo
Uma hora é cativeiro, outra hora é abrigo
Ora me esbofeteia, ora me estende a mão
Às vezes se faz lágrima, mas sempre se faz canção
Tua voz, sussura em meu ouvido
Nesse penor feroz, dá ainda mais sentido
Ao que vejo a minha frente que se diz realidade
A força, que ela me dá vem vestida de verdade
Mas te-lâ, perto sufoca, é tão difícil entender
Não à quero, longe demais, nem tão perto pra te ter
Tristeza...
Verso 2: Caio
Eu fiz de um medo um espaço, ideal pra fugir
Da dor que rege o compasso, e não me deixa dormir
E ela aumenta, a voz dela me alimenta o saber
O tempo para, vozes chegam, me fazendo escrever
Eu vou de encontro ao que me bate o coração com leveza
A caneta se arrepia quando sinto tristeza
Meu canto entoa, o que os anos me causaram
Muitos irmãos se foram e saudade deixaram
Mas continua, e às vezes se disfarça
Confunde os presentes, às vezes vem de graça
Me arremessa para um outro lugar
Até no fim que reticente se tornou linear
O meu olhar, (cruel?) que estranha esse opaco
São poucos os minutos que eu me sinto fraco
A ligação torna os momentos imortais
Me leva a tristeza quando penso nos tais