Hai! Que se forjar milongas
Pras os quinchados de relento
Pequenos paladinos
Que bebem goles de vento
Hai! Que se forjar milongas
Pela paz das etnias
E pra que os fogões aqueçam
Marmita dos boia frias
Para que os grãos estocados
Cheguem com fartura à mesa
Dos lares não abastados
Hai! Que se forjar milongas
Se um voluntário se emola
Dando liberdade as asas
Pra muito além das gaiolas
Hai! Que se forjar milongas
Contra a intempérie do vício
Resgatando Joãos do crime
Marias do meretrício
Hai! Que se forjar milongas
Com sinos de catedrais
Carecemos do agora
O amanhã é longe demais
Hai! Que se forjar milongas
Dando vás ao recomeço
Apesar da falsa ideia
Que haja freio no preço
Hai! Que se forjar milongas
Por heróis bem definidos
Pois muitos martirizados
Não estão em bronzes escupidos