Por ela invernei uma saudade
Trancei tentos na louca da solidão
Por ela eu plantei uma esperança
No solo morto de um triste coração
De um triste coração
Por ela cavalguei fletes alados
Levei nos peçuelos, os desejos dos amantes
Fui um Don Quixote, vagando pela pampa
Feito um cavalheiro da história de Cervantes
Da história de Cervantes.
Por ela cevei mate nas auroras
Morri aos poucos a cada amanhecer
E renascia em acordes de milonga
Na ilusão de nunca lhe perder
Por ela mudei o rumo dos ventos
Em muitos janeiros tremia de frio
Feito um louco mandava mensagens
Em garrafas navegando pelo rio
Feito um louco mandava mensagens
Em garrafas navegando pelo rio
Por ela a poesia cantou triste
O violão chorou desafinado.
E bateu serenatas nas janelas
Para encontrar um coração roubado
um coração roubado.
Por ela me apaixono todo dia
Um amor febril, que nem sei direito,
Sei que a alma é maestrina campesina
Das calhandras que eu trago no meu peito
que eu trago no meu peito