Maria da Graça infinda
Era a mais linda das raparigas
Deixava sempre, ao passar
Presas no ar, lindas cantigas
Mas numa tarde, abalou
E regressou já noite morta
Desde então, que sina a sua
Dizem na rua de porta em porta
Já foi Maria da Graça ... Já teve graça ao passar
Agora quando ela passa ... Nem graça tem no andar
Entrou com ela, a desgraça ... No dia em que ele a deixou
Já foi Maria da Graça ... Mas só Maria ficou
Tem um filhinho pequeno
Muito moreno, que atira ao pai
Que adoça um pouco o desgosto
Beijando o rosto de sua mãe
Conserva o seu ar infindo
Um pouco lindo, dos olhos belos
Mas o sol, quando ela passa
Já não esvoaça nos seus cabelos