Era de sombra, curva e sonora sua cara a me encarar
Me vi em outra face, com ossos no colar
Disse que eu tinha sorte em não me adaptar
Que me faria forte e que eu acordaria já sabendo uivar
Moro no fim do tempo, moro no fim do mundo
Eu sou o infinito e no inicio do primeiro segundo
Era um canto profundo, era o mundo sua voz a me chamar
Um precipício de sete oceanos mergulhou em mim, eu pude escutar
Senti o beijo da morte na frieza mais ardente
Para voltar à tona com a vida entre os dentes
Moro no fim do tempo, moro no fim do mundo
Eu sou o infinito e no inicio do primeiro segundo
Não posso mais ficar, buscar ao que pertenço vou
E não preciso que me perdoem pelo que eu sou
Tudo que não está no agora em mim, deixo para trás
Tempos de ilusão, até sempre , nunca mais
Da busca de quem somos emerge um instinto ancestral
Um olhar como um corte no estancado desejo visceral
Ter o dom de resistir de encarar o amanhã
Quando sentir perdida, nos olhos de algum estranho, a alma do seu clã
Temperando o aço, na tenção me torço e me faço
No tempo e na preção, sou diamante brotando do carvão
Não posso mais ficar, buscar ao que pertenço vou
E não preciso que me perdoem pelo que eu sou
Tudo que não está no agora em mim, deixo para trás
Tempos de ilusão, até sempre , nunca mais
Sobre ossos perdidos e cantos, se foi a profetizar
sobre os que ainda viriam e o que a eles eu iria arquitetar
disse que eu tinha, sorte por não me adaptar
Que me faria forte e que eu acordaria já sabendo uivar