Deixe eu afagar os caracóis do teu cabelo
Deixe eu te contar um pouco mais do meu segredo
Nessa madrugada fria te prometo a melodia
Deixe que aqueço os teus sonhos nos teus dias
Usarei a sua língua, os teus dedos e teus olhos
Sou a pequenina chave pra abrir os teus ferrolhos
Serei sempre o teu caminho pra gozar vários amores
Para curar tuas dores, ser tua paz, trazer temores
Amoleço a rispidez, te rodeio de rumores
Vou te dar trato completo
Te despir completamente
Encharcar a tua mente
E embaralhar teu dialeto!
Refrão
Salvem os poetas dessa terra corrompida!
Salvem os poetas, salvem os artista!
Salve, salva!
Eu sou aquela que abre a janela
No corredor cinza o brilho da arandela
Te vi assim sentindo dó de si
Me aproveitei soltei o meu latim
Se encantou por mim
Desejou bom fim
Agarrei teu pé
Vesti meu carmim
Bordei meu cetim
Teci tanto mel
Chamei pra sair
Levei pro bordel
Você me aceitou
Você me usou
Você se lambeu
Bem que tu gostou!
Sim, te seduzi! Sim, te convenci!
Não te reneguei, te chamei de fi!
Vem cá quero segurar, tua mão assim, deixe-se levar!
Abre mais um pouco se faça mais louco
Ouça o grito rouco, queime no meu fogo!
Sou a sintonia, sou a ponte
Sou sinestesia, sou a fonte!
O açoite dos meus coices, mas sou tão doce!
Vou beber a tinta que você me trouxe!
Arte bruta e ignorante, tão suave, tão dançante!
O perfume o baile, a penumbra o braile
Os gestos das libras que fizeram meu entalhe!
Salvem os poetas